Os custos da crise
da burguesia continuam sendo repassados aos trabalhadores. O governo Dilma, através
da Medida Provisória 665, ataca o
seguro-desemprego, pensão por morte, abono salarial e auxílio-doença com
objetivo de dificultar a concessão desses direitos e economizar à custa da
qualidade de vida dos trabalhadores. Aumentou o tempo
mínimo para concessão do seguro desemprego. Isto significa que 63% dos
trabalhadores demitidos ficarão sem o seguro pela nova regra. O governo Dilma reduziu
R$ 1,9 bilhão por mês nas despesas públicas. Na educação, isso corresponde R$
586 milhões a menos por mês. Na perspectiva de intensificar estes ataques, a oposição de direita
protagoniza a campanha pelo impeachment como forma de pressionar o governo federal
para que continue firme na sua escalada contra os direitos trabalhistas,
previdenciários, à saúde, educação, o “tarifaço”, privatizações, principalmente
contra a Petrobrás. Além de aprofundar a
destruição dos serviços públicos, o governo concede isenções fiscais às grandes
empresas e drena a metade do orçamento público para o pagamento das dívidas com
os agiotas internacionais. Os governos dos partidos burgueses (PT, PSDB, PMDB,
PP, PDT, PSB, DEM, etc.) estão unidos em nível nacional e estadual na aplicação
desses planos de arrocho, a despeito da briga entre eles pelo poder.
O PT e o PMDB dirigem o Brasil, cumprem
juntos os compromissos e as políticas educacionais assumidos com o Banco
Mundial. Continuam as privatizações, as parcerias público-privadas (que drenam
verbas públicas para o setor privado), a precarização do trabalho (através das
terceirizações nos serviços públicos e dos vínculos precários através da
política permanente de “contratação emergencial”), além de demitir
trabalhadores contratados num dia e abrir novas contratações no outro. Esses
são os mecanismos usados pelos diversos governos para retirar direitos e
dividir a classe trabalhadora.
Uma das primeiras medidas do governador José Ivo Sartori, do
PMDB, foi sancionar o projeto que já tinha sido aprovado por unanimidade no
final de 2014 pelos deputados de todos os partidos, que aumenta os
salários do governador (45,97%), vice-governador, secretários (64,22%) e dos
deputados (26,34%). Também foram
beneficiados os servidores públicos que estão no alto da pirâmide salarial:
membros do Judiciário, do Ministério Público, do Tribunal de Contas do Estado e
da Defensoria Pública.
Contraditoriamente, utiliza o mesmo argumento de todos os governos anteriores,
alegando déficit nas finanças do estado para justificar o arrocho salarial dos
servidores e o não pagamento do Piso Nacional Salarial aos educadores. Desde
que assumiu, Sartori ameaça os
servidores com atraso e corte de salários, numa tentativa de impedir as
campanhas salariais no funcionalismo público, mas em contra partida decreta
um pacote de corte de 21% em todas as secretarias do Estado, economizando R$1,7bilhões
para garantir o pagamento dos juros das dívidas aos banqueiros especuladores
internacionais.
POR UMA POLÍTICA EM DEFESA DOS TRABALHADORES
CONTRATADOS!
O governo Tarso,
no final de seu mandato, atacou os trabalhadores demitindo 1000 educadores
contratados com a “desculpa” mentirosa da posse dos novos professores nomeados,
quando existe um déficit crônico de profissionais (professores, bibliotecários,
supervisores, orientadores, agente financeiros) mesmo depois das
nomeações; ou seja: as novas nomeações de concursados não supriram a
necessidade existente no Estado. Portanto, existe lugar para todos. Essas
demissões arbitrárias visam: economia para os cofres do Estado; disseminar o
terror com a demissão entre os trabalhadores contratados; dividir a categoria
entre contratados, nomeados e aprovados no concurso aguardando nomeação; e a
continuidade da precarização do trabalho através dos contratos emergenciais.
O governo Sartori
manteve essas demissões de Tarso, mostrando cumplicidade com a política do
governo anterior. Essa é a lógica dos governos da burguesia para os
trabalhadores: arrocho e demissão. Para os políticos da burguesia: aumento salarial. Mantêm-se os privilégios da burguesia e dos seus políticos à custa da
qualidade de vida dos trabalhadores.
Enquanto a categoria sofre duros ataques, a
direção governista do CPERS continua ignorando o contingente de 40% de
trabalhadores contratados e sua situação de vulnerabilidade, já que são os
primeiros serem atingidos pelos governos. Não organizou nenhuma luta efetiva de
combate às demissões. Ao contrário, reforçou a política do governo e impediu
que a comissão de demitidos participasse das reuniões com o mesmo. Sabe-se que
a direção protege, nos bastidores, o governo do PMDB, aliado nacional do PT.
POR UMA CAMPANHA SALARIAL JÁ!
O
calote contra os educadores protagonizado pelos governos Yeda e Tarso persiste
e se acumula no governo Sartori. O salário básico do magistério está defasado
em 52,18 % em relação ao Piso Salarial Nacional, de R$ 1917,78, para 40h. Em
relação aos funcionários de escola, a defasagem é ainda maior, entre 71,64% a
108,96%. Isso se soma a todas as perdas históricas.
Nesse
sentido, propomos iniciar nossa campanha salarial reivindicando um índice de
13,01% (índice de reajuste do piso nacional salarial) + o índice de 7,12% (o
INPC, referente à inflação do período) totalizando 21,06% de reajuste em abril. Isso seria apenas uma parcela para o
pagamento do piso, ficando ainda um déficit.
É necessário continuarmos a luta pela reposição salarial e ao mesmo
tempo a luta pelo pagamento do piso, iniciando a campanha salarial de 2015 já.
DESFILIAR DA CUT JÁ!
POR QUE
DESFILIAR O CPERS DA CUT?
A CUT é uma central que está a
serviço dos governos do PT (Lula, Dilma, Tarso) dando sustentação a sua
política contra os trabalhadores. No governo
Lula favoreceu a aprovação da contrarreforma da previdência que retirou
direitos dos trabalhadores do funcionalismo público, aumentando o tempo para
aposentadoria e o desconto previdenciário. Além disso, participam de câmaras
setoriais - comissões propostas pelos governos que servem à conciliação de
classe, isto é, imposição de flexibilização de direitos como, banco de horas e
redução de salários.
No governo Dilma, a CUT participou ativamente de campanhas públicas e
das antigreves para aprovação do PNE (Plano Nacional de Educação). Esse plano
destina verbas da educação pública para os tubarões do ensino privado (PRONATEC
– Sistema S); compra de vagas em universidade privadas (ao invés de construir
mais universidades públicas), engordando os bolsos de ONGs e projetos na
educação de instituições financeiras - Unibanco, Itaú, Bradesco e outros-
através de isenções fiscais. A CUT defende também a reforma política da
burguesia, que não passa de um engodo para distrair os trabalhadores.
Nas greves dos trabalhadores das obras do PAC
(Belo Monte, Jirau, Santo Antônio, Suape e outras), em que os trabalhadores se
rebelaram contra as condições de trabalho semiescravas, o governo Dilma
utilizou a Força Nacional para reprimir o movimento. Muitos trabalhadores foram
mortos e desaparecidos na selva amazônica, fato ignorado pela grande mídia e
pela imprensa sindical. Os trabalhadores tiveram que enfrentar ainda os jagunços da CUT e Força Sindical, que
estavam a serviço do governo. O sindicalismo burocrático da CUT, também traiu e
sabotou inúmeras greves. Esse sindicalismo governista e de cúpula priva a base
dos principais debates.
No governo
Tarso, defenderam alterações nos nossos Planos de Carreiras, a rechaçada
contrarreforma do Ensino Médio e toda a sua política de ataque aos
trabalhadores. Diante dessas e outras traições, defendemos DESFILIAR O CPERS DA CUT E NÃO SE FILIAR A NENHUMA OUTRA CENTRAL.
DIREÇÃO GOVERNISTA DO CPERS
GOLPEOU A CATEGORIA!
No VIII Congresso, realizado em 2013, foi
aprovada a resolução de realizar um plebiscito e um debate sobre desfiliação ou
não do CPERS da CUT. Porém, a direção governista do CPERS (PT – Artisind, AE, O
Trabalho, CSD, PCdoB – CTB) golpeou a categoria, sabotando a decisão.
Descumpriu o calendário aprovado no Conselho Geral de 11/04/2014, que só
poderia ser desmarcado por uma Assembleia Geral. Isso não aconteceu! O novo
conselho geral, dominado pela ArtiSind-CUT, anulou a decisão, rasgando dessa
forma o estatuto do sindicato.
Panfleto distribuído na assembleia geral do CPERS do dia 27/03/2015
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