O governo Dilma (PT) continua passando os
custos da crise capitalista para os ombros dos trabalhadores através da
aprovação do seu ajuste fiscal (MPs 664, 665, PL 4330, corte de R$ 70 bilhões
do orçamento público, dentre outros) no reacionário Congresso Nacional. A
direita (PSDB/Dem/SDD/fascismo/grande mídia), surfando no desgaste do governo,
quer aplicar todo o seu plano de ajuste fiscal e não encontra resistência por
parte do governo, que tem, no fundo, os mesmos interesses. Junto com os ataques
aos direitos trabalhistas acompanhamos um show de demagogia política para
enganar o povo: PT e PCdoB votaram contra a PL 4330; PSDB e Solidariedade
(dentre outros) votaram contra as MPs 664, 665. Tudo não passou de um grande
jogo de cena. Todos estes partidos sabiam que os projetos e medidas do ajuste
fiscal passariam de qualquer maneira, porque o Congresso Nacional é dominado
por máfias burguesas corruptas.
Os trabalhadores se mobilizam em diversos
estados e municípios, porém são traídos em suas lutas, porque não contam com
direções políticas e sindicais capazes de resistir séria e coerentemente a
estes ataques. CUT e Força Sindical fingem defender os trabalhadores, mas
sustentam os ataques de um lado ou do outro. Todas as centrais sindicais, bem
como os principais sindicatos do país estão sob controle de burocracias
sindicais aliadas aos governos e aos patrões, de costas para as suas bases de
representação. O CPERS insere-se nesta lamentável realidade!
A atual direção, ligada majoritariamente ao
PT (Art Sind, Articulação de Esquerda – CUT; PCdoB – CTB), se elegeu com um
discurso de aproximação do CPERS de sua base. Tal como a antiga direção, não
apenas não se aproximou da base, como continua se afastando dela e criando um
verdadeiro abismo entre ambos. Não poderia ser diferente com uma direção ligada
à CUT, PT e PCdoB. Enquanto educadores de diversos estados brasileiros estão em
greve, com destaque para SP, PR e SC, o CPERS faz uma caravana fantasma e
discute com a base da categoria a Reforma do Ensino Médio Politécnico; para
defendê-la, evidentemente! Este descompasso com a conjuntura de lutas não é uma
casualidade. A direção cutista do CPERS quer preservar a governabilidade de
Sartori, do PMDB, aliado do governo Dilma a nível nacional, para não
intensificar a fragilidade do governo federal (o que desmascararia
definitivamente a fantasiosa “pátria educadora”). Fala em greve para acalmar e,
ao mesmo tempo, assustar a base da categoria.
Não nos iludamos! Uma greve neste momento
deveria estar alicerçada em um trabalho de base que acumulasse forças
anteriormente. Não foi isso que a direção do CPERS fez. Andou no sentido
inverso: dispersou as poucas forças do CPERS e a sua política governista tem
provocado repulsa da base à vida política e sindical. Uma greve dirigida pela direção
cutista será sempre vacilante e inconsequente. Não poderá ser vitoriosa pelo
seu caráter de classe e os seus compromissos políticos. Somente a categoria organizada
por local de trabalho e em uma oposição à burocracia, tendo uma ação consciente
e organizada, poderá pressionar a direção, retomar os rumos do sindicato e
impulsionar as lutas em movimentos e greves vitoriosas.
Não podemos desanimar! É preciso reconstruir
a independência de classe, pedra por pedra. É necessário impulsionar atos em
conjunto com outros setores do funcionalismo público do Estado; inclusive com
os funcionários públicos municipais de Porto Alegre, Novo Hamburgo e São
Leopoldo. Ignorar estes movimentos e não construir mobilizações conjuntas é
mais um crime político da direção do CPERS. Como é do seu feitio, deixará muito
tempo passar até tomar a decisão de fazer alguma coisa. Precisamos, antes de
qualquer greve, uma ampla agitação política contra as políticas recessivas do
governo Dilma, Sartori e da direita, e de mobilizações conjuntas dos servidores.
O CPERS não faz nada disso! Ao contrário: o seu eixo político é a defesa da
política do governo Dilma.
Por isso, é preciso construir e fortalecer uma
oposição contra a burocracia sindical. No CPERS, isso significa não compactuar
com a política de faz de conta da atual direção, bem como da “oposição de
ocasião” das antigas direções do CPERS. Nossa tarefa é rechaçar o seu eixo político
pautado no Plano Nacional de Educação (PNE) e afinado com a política do governo
Dilma, além da sua adesão aos calendários pelegos da CNTE-CUT e ao servilismo
perante o governo federal e estadual. Devemos denunciar os governos e a
direita, mas também a burocracia sindical, que é parte desta podre estrutura
social que precisamos colocar abaixo. Precisamos construir com os trabalhadores
um programa de luta e explicar pacientemente a urgente necessidade de
derrotarmos a burocracia sindical do CPERS para que a base organizada possa
decidir os rumos da luta e da mobilização dentro da nossa categoria.
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CONTRA AS
TERCEIRIZAÇÕES (PL 4330 /PL 30) DO GOVERNO DILMA, DIREITA!
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CONTRA AS MPs 664 E
665!
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CONTRA O PNE
PRIVATISTA
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CONTRA OS PLANOS DE
AUSTERIDADES QUE RETIRAM DIREITOS DOS TRABALHADORES!
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CONTRA OS AJUSTES
FISCAIS!
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CONTRA A BUROCRACIA
SINDICAL (DIREÇÃO DO CPERS E CIA) QUE SERVE À CONCILIAÇÃO DE CLASSE!