6 de ago. de 2017

A LEI DA MORDAÇA NO CPERS

Não são só os governos que tentam calar a boca dos movimentos sociais e dos sindicatos na educação pública através de mentirosa lei "Escola sem Partido", que foi corretamente alcunhada de "Lei da Mordaça".
Nos movimentos sociais também sofremos com a " lei da mordaça". Além dos governos e a grande mídia, a própria burocracia sindical e as suas correntes políticas atuam como braço dos governos impondo a censura de conteúdos.

As correntes minoritárias e sócios independentes são excluídos da fala nas esferas sindicais pelo crivo autoritário que lhes impõe a CUT, o PT e outras correntes políticas que os orbitam, ao mesmo tempo que a estes é garantido inúmeros "direitos" à fala. O PT falou mais de 5 vezes na última assembleia do CPERS por diferentes correntes internas. Só a Articulação Sindical (PT) teve duas longas falas (pra falar essencialmente a mesma coisa!).
Não que elas não possam se expressar. Podem. Mas isso tira o espaço de correntes menores ou sócios independentes que querem se expressar e POSSUEM UMA POLÍTICA ESSENCIALMENTE DIFERENTE da política da direção central. Trata-se, portanto, de uma forma de censura.
Impedir estas posições diferentes de se expressarem, com a desculpa de que não tem representação no conselho geral ou na direção dos núcleos, é o que faz a mídia burguesa com partidos menores de esquerda nas eleições burguesas e, inclusive, o que faz o Jornal Nacional e a Rede Globo com o PT na "Operação Lava Jato".
Muitos dirigentes sindicais afirmam que abrir as falas a todos ia ser o caos e que a assembleia geral ou outra instância sindical seria levada à implosão. Isto é um sofisma:
1) Nem todas as pessoas que vão nas assembleias gerais querem falar ou tem coragem para isso. Elas não foram educadas para isso justamente porque não são incentivadas a falar por assembleias como a que se critica aqui; sendo assim, falam sempre os mesmos e o ciclo de ideias se fecha. A burocracia e a rotina se impõe. Caso ocorresse este interessante fato, poderia se pensar num outro método, resguardando as DIFERENTES OPINIÕES sobre a conjuntura e sobre planos de luta.
2) Geralmente quem quer ter direito à fala e é negado são as correntes minoritárias e os sócios independentes que tem posições diferentes da direção central. Ninguém nega o direito do PT de ter mais falas. Ele foi eleito pela maioria da categoria. Porém, isso não significa que ele possa usurpar o direito de avaliações diferentes por não ter "representação no conselho geral ou na direção dos núcleos".
Assim não há espaço para o novo no CPERS.

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