2 de nov. de 2011

POR QUE A DIREÇÃO DO CPERS NÃO DENUNCIOU OS ATAQUES DO GOVERNO TARSO DESDE O INÍCIO?
          
        Desde o início o governo Tarso manifestou a intenção de dar continuidade aos projetos de Yeda e nossa oposição tomou a iniciativa de denunciá-lo, mas a direção do CPERS omitiu-se dessa denúncia. Em 7 de outubro de 2010 Tarso declarou à Zero Hora que “descarta ruptura com os projetos de Yeda”, enquanto que a manchete de capa era “Tarso manterá políticas públicas do governo Yeda” (ver texto do nosso blog de 28 de janeiro de 2011). O governador explicitou em muitas oportunidades suas reais intenções, o que deveria servir como ponto de apoio para combater as ilusões em seu governo. Mesmo ciente dessas declarações, a direção do CPERS não fez outra coisa senão alimentar ilusões, iludir a categoria com discursos ambíguos e assim desmobilizá-la. Adotou uma política de preservar o governo. Passados 11 meses desde sua posse, essa política está cada vez mais clara, por isso, reafirmamos que o governo Tarso é a continuidade do governo Yeda. E conta com o apoio incondicional da CUT – que atua como freio das lutas dos trabalhadores, desmontando greves e servindo aos interesses do grande capital.
Dessa forma, o governo passa a patrola sobre os trabalhadores, impondo os projetos neoliberais que Yeda não conseguiu, enquanto destina bilhões para o Banco Mundial e às multinacionais, dá o calote nos educadores não pagando o piso, as RPVs, o período retroativo das promoções de 2002, os dias de greve (2008 e 2009). Agora quer enfiar goela abaixo as “reformas neoliberais” da educação pública – promoção dos educadores vinculada ao desempenho e frequência dos alunos que significa preparar o terreno para as demissões dos servidores públicos, Reforma do Ensino Médio – através de decretos.
Essa é a lógica do capitalismo: os governos servem aos interesses do grande capital cumprindo a cartilha dos bancos internacionais. Por isso, as promessas de campanha são meras palavras jogadas ao vento, pura demagogia!
       
POR UMA GREVE CONTRA OS ATAQUES NEOLIBERAIS À EDUCAÇÃO!

A direção do CPERS – CUT e CNTE – quando levanta o eixo “Tarso : Pague o Piso ou a educação para” está enganando e desviando a atenção dos brutais ataques do governo aos nossos direitos e à educação pública, pois desde o 1º mês de governo Tarso deu o calote na categoria não pagando o piso. Para nós, a defesa da Educação Pública, do Piso Nacional, do Plano de Carreira e de todas as nossas conquistas históricas passam pela denúncia desse calote e de todas as reformas neoliberais que Tarso está impondo aos trabalhadores. Essas reformas estão sendo passadas à toque de caixa e sem nenhuma resistência consequente e organizada.
 Os decretos do governo Tarso impõem a “Reforma neoliberal do Ensino Médio”. No seu documento sobre a reforma o governo defende os interesses do mercado – isto é, do grande capital: cortar gastos, preparar o terreno para as exonerações e para instaurar no funcionalismo público o “regime do medo”. Mas tudo isso fica encoberto com palavras como “inclusão cidadã”, “interdisciplinaridade”, “sociedade igualitária”, etc. Essa dissimulação serve para camuflar suas reais intenções que é: privatizar a educação pública, beneficiar o capital em crise e ganhar o apoio de uma parcela dos educadores, que acreditam que essas “partes bonitas” podem ser aplicadas sem o essencial do documento, que é aprofundar a mercantilização da educação.
No governo Tarso, a DS-PT (corrente da presidenta do CPERS e do Secretário de Educação, José Clóvis e, também, de vários Coordenadores Estaduais de Educação) é a linha de frente dessa reforma. Isso é contraditório com o discurso da dirigente de nosso sindicato, aparentemente contrário aos ataques. Na verdade, Rejane pertence à DS, corrente do PT que apóia o governo incondicionalmente. E as demais correntes da direção – CS, PSTU (da CSP-Conlutas), MES-Enlace-PSOL (Intersindical) e PSB (CTB) – seguem as orientações da DS para preservar as alianças sindicais com os representantes oficiais do PT, fazendo uma tímida crítica aqui e acolá, mas nunca preparando uma luta real e decidida contra os decretos do governo. A corrente Articulação Sindical-PT é majoritária na CUT e no próprio PT. Por isso mesmo está tão comprometida com o governo Tarso quanto a DS. Dentro do CPERS posa como “oposição” e assim legitima a atual direção como sendo supostamente “anti-governista”.
        Os educadores precisam preparar a greve a contra o governo Tarso, para barrar o seu desmonte da educação. A nossa oposição defende que devemos levar uma luta conseqüente e combativa para não deixar passar os decretos neoliberais, disfarçados como “projeto” de Reforma do Ensino Médio. Hoje existe um descontentamento na base em relação ao calote do piso, das promoções, das RPVs, decretos, reformas do governo Tarso e pelo caráter ditatorial e cínico do governo. Sendo assim, defendemos greve Contra o Decretarso, Contra as Reformas Neoliberais na Educação – Ensino Médio –, Contra o aumento dos 20 dias letivos, Contra o calote do Piso Nacional e de 1/3 da hora atividade, 10% do PIB para Educação, e pela imediata efetivação dos trabalhadores em educação que já cumpriram 3 (três) anos de serviço no Estado. Priorizar estes eixos significa denunciar o desmonte da educação pública no Estado.
        Trata-se hoje de uma greve defensiva, para preservar os nossos direitos e a educação pública, que está outra vez na mira do governo e do grande capital. Não importa se trabalharemos em janeiro, fevereiro, março ou abril para recuperar ou não os dias de greve! Importa que, se caso não lutarmos agora, o governo nos fará trabalhar, daqui para frente, todos os meses de fevereiro se a “Reforma” passar; e tudo isso sem aumento salarial, já que querem aumentar 20 dias letivos!
        Além disso, defendemos novos métodos de organização: que no primeiro dia de greve ocupemos a praça, fazendo dela o espaço para organizarmos piquetes, visitas nas escolas, eleição de comandos de base (estadual, municipal, zonal e núcleo), que decida efetivamente os rumos do movimento e esteja em permanente contato com as escolas, organizando-as pela base e com poder real de decisão sobre a direção. A greve de Santa Catarina nos ensinou que “a base tem que ser a senhora da greve”! O que está em jogo com os decretos do governo Tarso é a destruição da educação pública no Estado, a nossa dignidade, os nossos empregos!


- Contra o Decretarso!
- Contra as Reformas Neoliberais na Educação – Ensino Médio!
- Contra o aumento dos 20 dias letivos!
- Contra o calote do Piso Nacional e de 1/3 da hora atividade!
- Ocupação da Praça da Matriz como local de debate permanente!
- Por um novo sindicalismo: eleger comando de base da greve, com real poder de decisão sobre a direção!
- 10% do PIB para Educação!
- Imediata efetivação dos trabalhadores em educação que já cumpriram 3 (três) anos de serviço no Estado!
- Romper com a CUT governista!

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