24 de nov. de 2011

RESISTIR, LUTAR E DERROTAR OS PROJETOS NEOLIBERAIS À EDUCAÇÃO DECRETADOS POR TARSO!

             O capitalismo em crise impõe aos trabalhadores do mundo a retirada de direitos. Essa crise que não tem prazo para acabar drena trilhões de dólares dos cofres públicos dos países para salvaguardar os interesses do capital financeiro, a custa de cortes nos custos sociais - educação, saúde, habitação, previdência – fazendo com que os trabalhadores se mobilizem contra essas medidas, em defesa dos seus direitos.
             Aqui no Estado não é diferente. O governo Tarso está impondo a toque de caixa os planos neoliberais através de reformas educacionais privatizantes, para cumprir com os compromissos assumidos com o Banco Mundial e receber parcelas do empréstimo acordado. Para isso quer desmontar a educação estadual através da reforma do ensino médio que aumenta a carga de trabalho dos educadores, reduz recursos humanos, dá continuidade às parcerias público privadas do governo de Yeda, estabelece convênios com SESI, SENAC, SESC, Ongs, Bancos e Institutos Privados, eximindo o Estado de sua responsabilidade com a Educação, consolidando os alicerces para privatização da Educação Pública, impondo a avaliação por freqüência e desempenho dos alunos, abrindo espaço para demissões de servidores públicos. Por isso, Tarso não realizou concurso público, porque precisa passar as reformas para que os novos educadores não tenham estabilidade. Em resumo, transfere para os educadores os custos da crise e os responsabiliza pelas mazelas do sistema capitalista.
            As condições mais favoráveis para greve estavam colocadas no 1º semestre, quando havia muitas mobilizações em nível nacional. Nós, Construção pela base defendemos na assembleia geral de 22 de junho a greve, mas todas as correntes sindicais preferiram empurrá-la para o final do ano. Mesmos com todas as dificuldades, é necessário continuar construindo a greve, persistindo e resistindo a esses ataques, mobilizar todos os esforços para ganhar nossos colegas para lutar Contra o Calote do Piso e as Reformas Neoliberais do Governo Tarso à Educação Pública. Sabemos de todas as dificuldades enfrentadas pela categoria para participar da greve: represálias do governo, medo de desconto de salário, contratados com medo de demissão, falta de confiança na direção do sindicato em função das diversas greves que foram desmontadas à revelia da categoria, dos acordos de gabinete. Enfim, são vários os fatores que determinam esses receios em não participar da greve, mas devemos convencer os nossos colegas para vencer o medo e com coragem enfrentar o desafio de derrotar o governo Tarso e seu projeto neoliberal para a educação pública.  Do contrário, perderemos cada vez mais direitos e o governo despejará os custos da crise capitalista sobre os nossos ombros.

COMBATE IDEOLÓGICO DA GRANDE MÍDIA 
CONTRA OS EDUCADORES

           A mídia, em sua campanha ideológica para ganhar a opinião pública contra a greve dos educadores, insiste em dizer “que este não é o momento da greve”. Mas qual seria o momento certo? Os educadores não escolheram este momento. Ele foi imposto pelo governo, que desencadeou os seus ataques traiçoeiramente no fim do ano, para que não houvesse resistência.  Porque que a mídia não pergunta o porquê de o governo ter emitido os seus decretos agora? Não tem sentido fazermos greve em março, por exemplo, quando os decretos já estiverem consumados. Portanto, a responsabilidade por esta greve em final de ano é exclusivamente do governo Tarso. E a mídia (RBS, Band, Record) tenta responsabilizar a vítima dos ataques do governo, que está promovendo o desmonte do nosso plano de carreira e da Educação Pública. Os educadores estão em greve em legítima defesa. Do contrário, seria uma derrota sem luta.       
            Chega de tantas mentiras e manipulações. A mídia (RBS, Band, Record) está a serviço do grande capital nacional e internacional, defende os interesses das elites, a ideologia da classe dominante. Qualquer luta de trabalhadores (greves, paralisações) sempre sofrerá de sua parte ataques brutais.  Nunca dirá que os trabalhadores deflagraram uma greve no momento certo. Os governos neoliberais sempre terão o apoio incondicional da grande mídia contra as lutas dos trabalhadores. Sempre se valem de todos os meios para convencer e ganhar ideologicamente a opinião pública contra qualquer manifestação. A burguesia não pode abrir mão de utilizar os meios de comunicação para a domesticação e alienação dos trabalhadores. Isso seria cavar a sua própria cova. Sempre será assim enquanto existir o capitalismo.


UM COMANDO DE GREVE DE FACHADA!
QUEM COMANDA A GREVE É A DIREÇÃO DO SINDICATO!

            A Construção pela Base é uma força minoritária no Comando Estadual. Participamos da primeira reunião que aconteceu no dia 19. Este não é um comando de greve como entendemos que deveria ser, com a participação da base da categoria, envolvendo um colega por núcleo e um por corrente sindical, ampliando e democratizando suas deliberações, tanto na condução da greve, quanto nas negociações com o governo, quebrando o sindicalismo de cúpula. Defendemos esse tipo de Comando na Assembleia Geral, mas o que foi aprovado às pressas foi o Comando de Greve de cúpula, proposto pela Direção do Sindicato.

            A reunião que deveria ter 30 pessoas se resumiu a 19 participantes (11 da Direção, 2 do PT - articulação, 1 do Pó de Giz, 1 do PCB, 1 do CEDS – além dos 2 militantes da Construção pela base). Em sua grande maioria estão comprometidas com o sindicalismo de cúpula. Esse Comando deveria dirigir a greve através de reuniões diárias: mobilizando, organizando, informando, orientando os 42º núcleos do CPERS. Mas o fato é que só aconteceram duas reuniões até hoje, o que dificulta a organização da Greve.

            É por isso que chamamos a base da categoria para que se aproprie das instâncias de nosso sindicato e organize comandos por escolas, zonais, núcleos, municípios. Devemos jogar todos os esforços necessários para a construção desta greve, utilizar meios de comunicação locais – rádios, TVs – reuniões por escolas, promover ocupações onde houver condições, organizar passeatas, utilizar as redes sociais, e-mails, ou seja, ganhar nossos colegas para serem protagonistas desta greve contra o governo, que impõem aos educadores os maiores ataques aos seus direitos, a serviço do Banco Mundial e do FMI.


CADÊ A DIREÇÃO DO CPERS QUE NÃO ORGANIZOU ATO DE BOICOTE AS CONFERÊNCIAS DE PORTO ALEGRE?

             Na assembleia geral decidimos Boicotar as Conferências e organizar atos públicos com carro de som, panfletos em todas as discussões da Reforma do Ensino Médio, nos locais onde ocorrerão as discussões com o governo. No dia 22 de novembro ocorreram etapas da conferência municipal. Mesmo a direção do CPERS Sindicato sabendo o local e o horário, não organizou o ato público, como decidido. Nós da Construção pela Base fomos a única corrente que realizou panfletagem e disputou a consciência da comunidade escolar, que participou das conferências regionais, para denunciá-las.
             A direção se justificou dizendo que havia organizado o movimento estudantil para manifestar-se no local da conferência no turno da manhã. Questionamos essa explicação. Talvez o que a direção não sabia é que a manifestação dos estudantes era para o palácio Piratini e que em cima do laço foi desviado o roteiro para cobrir a falha em não organizar nada previamente. Entre tantas, ações como essas evidenciam a conivência da direção com o governo Tarso. 



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