A direção do CPERS lançou um panfleto em que afirma que o governo
Sartori (PMDB) “recuou na sua ideia de
parcelar o salário dos servidores em três vezes e pagou o valor integral na
data em que prometera debitar a segunda parcela”. Isso só pode ser um
deboche com a categoria, pois o governo Sartori não só não recuou nessa
intenção, como rebaixou ainda mais o valor para o parcelamento e agora
apresenta um calendário confuso, permeado por ameaças de um calote total nos
próximos meses. Como a burocracia sindical dirigente não pode falar a verdade
abertamente sobre a farsa da sua greve de três dias, precisa maquiar a
realidade para vender uma falsa ideia de “vitória”.
Como se isso não bastasse, a
direção central ainda omite sobre a fraude da dívida pública, apresentando uma
imagem confusa, que não aborda o principal problema da sangria dos cofres
públicos. Atacar o roubo da dívida pública, transformar essa questão num tema
para uma grande agitação visando desmascarar o papel dos agiotas e dos bancos
nacionais e internacionais está fora de questão para a burocracia cutista
porque isso desmascara o governo Dilma (PT), que é também adepto da mesma
política financeira em benefício do grande capital. Sendo assim, não apenas a
sua política prática, mas a sua agitação e propaganda são omissas, amputadas,
falsas! Não podem conduzir uma luta consequente da categoria, como bem
alertamos desde o dia seguinte da sua posse. A sua “conscientização” é, na
verdade, uma forma diferenciada de alienação.
CONFORME TEXTO PUBLICADO POR NOSSA OPOSIÇÃO EM
23/08/2015, A SITUAÇÃO REAL, SEM MÁSCARAS, É A SEGUINTE:
O PMDB, PT e demais partidos, unem-se na aplicação
dos planos de ajuste contra os trabalhadores. Não há divergências significativas
entre eles. Aqui no Estado, o parlamento aprovará os pacotes do governo
Sartori. A ordem dos donos do mundo é aplicar os planos do imperialismo, custe
o que custar. Este é o compromisso de todos os governos e dentro do capitalismo
não há alternativa. Diariamente o capitalismo dá provas de falência e não pode
promover o bem estar para todos; ao contrário, promove apenas o bem estar das
elites às custas do sofrimento do povo.
A direção do CPERS cumpre o papel de frear as
lutas, servindo como agente do governo dentro do movimento. Em nome da
“governabilidade” do PT/PMDB, direciona o movimento para a derrota. Atingiu seu
objetivo ao aprovar uma greve de faz de conta, de três dias, apenas para dar
vazão à indignação e ao descontentamento da categoria frente aos ataques do
governo. Voltamos ao trabalho com a possibilidade real de não termos salário no
final de mês: o congelamento e o parcelamento permanecem. Nenhum projeto foi
retirado da Assembleia Legislativa. O governo continua na ofensiva e, se depender
da direção, não haverá resistência consequente. A burocracia sindical do CPERS
entra como um elo na manutenção do capitalismo decadente, ajudando a burguesia
a passar sua crise para os trabalhadores.
Assim como o governo Sartori, os sucessivos governos
que passaram pelo Piratini mantiveram e aprofundaram essa lógica perversa do
capital, porque são comprometidos e se beneficiam com este sistema. Os
defensores do governo Tarso (PT) negam sua responsabilidade pela atual
situação. Esquecem que o seu governo manteve e aprofundou as isenções fiscais
às grandes empresas, aumentou o desconto da previdência pública, criou o fundo
previdenciário, atacou nosso plano de carreira e não enfrentou os sonegadores.
Os planos de ajuste do capital não têm hora para acabar.
Vemos isso em todo o mundo. O Estado destina R$ 14 bilhões às isenções fiscais
às grandes empresas (Gerdau, GM, etc.) e envia 13% do orçamento anual do Estado
para o pagamento da dívida. A sonegação de ICMS está na casa de R$ 6 bilhões. O
governo insiste em convencer a opinião pública de que o problema é a folha de
pagamento e a previdência dos servidores públicos; e para isso utiliza a grande
mídia, que recebe isenções fiscais e sonega impostos, para espalhar mentiras. A
União não fica atrás, destina 47,5% do orçamento anual para o pagamento da
dívida pública, enquanto o gasto com saúde e educação somam juntos, 7%. Quanto
mais se paga, a dívida mais aumenta. Se depender dos agiotas e do governo,
continuará a sangria dos recursos, matando os trabalhadores à míngua. As
dívidas públicas fraudulentas são a forma de sobrevivência do capitalismo
parasitário. Não existe solução enquanto o mesmo subsistir. É preciso resgatar
e debater uma estratégia revolucionária socialista.
- Leia este texto na íntegra no nosso blog:
www.construcaopelabase.blogspot.com (postagem de 23/08)
PROPOSTAS PARA O CONSELHO
GERAL AMPLIADO:
1) Grande
agitação de denúncia da fraude da dívida pública mostrando que ela já foi paga
e contra as isenções fiscais às grandes empresas.
2) Convocar
uma Assembleia Geral para 8 de setembro (tempo necessário para o interior poder
se organizar a sua participação e vinda para a capital) visando deflagrar uma
greve por tempo indeterminado;
3) Que o
Conselho Geral ampliado delibere pela continuidade da greve até a Assembleia
Geral de 8/9;
4) Que a
Assembleia Geral de 8 de setembro seja democrática, com direito à fala das
correntes minoritárias, da base, abertas às propostas, com direito à defesa,
sem seguranças privados e capatazes.
Panfleto distribuído no Conselho Geral Ampliado do CPERS dia 02/09/2015
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