3 de set. de 2015

NOTA SOBRE COMO A BUROCRACIA SINDICAL DO CPERS UTILIZA OS “ESPAÇOS” DA GRANDE MÍDIA

Em razão da greve do funcionalismo público estadual as cúpulas sindicais têm sido chamadas para entrevistas de “esclarecimento” à população. Recentemente, a presidente do CPERS concedeu uma entrevista na Rádio Gaúcha (em 03/09) em que se deparou com a seguinte pergunta: “Até quando iriam durar os piquetes e os movimentos que impediam a circulação das pessoas?”.
        Ao invés de responder que estes movimentos iriam durar até que o governo cedesse às reivindicações da categoria, pagasse nossos salários e retirasse os seus projetos neoliberais da Assembleia Legislativa, ela absurdamente disse que se tratava de “movimentos sobre os quais o CPERS não tinha controle, levados a cabo por núcleos e correntes da base”. Além disso, acrescentou que o CPERS é o sindicato que mais tem “oposição”.
        Ou seja, traduzindo esta entrevista oportunista, chegamos ao seguinte significado: a direção central do CPERS está trabalhando arduamente para voltar à normalidade da ordem social; ela não compactua com atos de “baderna” como este e que, assim que conseguir acalmar, domar e aniquilar as suas “oposições”, tudo voltará ao normal como era antes, o governo nos retirando direitos, arrochando e parcelando salários, e o sindicato repelindo a base das escolas que se mobilizam espontaneamente para voltarem ao trabalho, de forma passiva e submissa.

        Como se tudo isso não bastasse, também não denuncia a forma tendenciosa como a grande mídia cobre as greves, abordando sempre os “prejuízos a alunos e pais”, enquanto se calam perante os cortes orçamentários, ao transtorno sobre a vida e as condições de trabalho dos servidores públicos (o que é o real prejuízo para toda a sociedade que depende dos serviços públicos). A burocracia sindical do CPERS está numa autêntica frente única dissimulada com a grande mídia para destruir o movimento grevista pela raiz.

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