Em razão da greve do funcionalismo público
estadual as cúpulas sindicais têm sido chamadas para entrevistas de
“esclarecimento” à população. Recentemente, a presidente do CPERS concedeu uma
entrevista na Rádio Gaúcha (em 03/09) em que se deparou com a seguinte
pergunta: “Até quando iriam durar os piquetes e os movimentos que impediam a
circulação das pessoas?”.
Ao
invés de responder que estes movimentos iriam durar até que o governo cedesse
às reivindicações da categoria, pagasse nossos salários e retirasse os seus
projetos neoliberais da Assembleia Legislativa, ela absurdamente disse que se
tratava de “movimentos sobre os quais o CPERS não tinha controle, levados a
cabo por núcleos e correntes da base”. Além disso, acrescentou que o CPERS é o
sindicato que mais tem “oposição”.
Ou
seja, traduzindo esta entrevista oportunista, chegamos ao seguinte significado:
a direção central do CPERS está trabalhando arduamente para voltar à
normalidade da ordem social; ela não compactua com atos de “baderna” como este
e que, assim que conseguir acalmar, domar e aniquilar as suas “oposições”, tudo
voltará ao normal como era antes, o governo nos retirando direitos, arrochando
e parcelando salários, e o sindicato repelindo a base das escolas que se
mobilizam espontaneamente para voltarem ao trabalho, de forma passiva e submissa.
Como
se tudo isso não bastasse, também não denuncia a forma tendenciosa como a
grande mídia cobre as greves, abordando sempre os “prejuízos a alunos e pais”,
enquanto se calam perante os cortes orçamentários, ao transtorno sobre a vida e
as condições de trabalho dos servidores públicos (o que é o real prejuízo para
toda a sociedade que depende dos serviços públicos). A burocracia sindical do
CPERS está numa autêntica frente única dissimulada com a grande mídia para
destruir o movimento grevista pela raiz.
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