1 de jun. de 2017

MANIFESTO DA CHAPA 4 À SOCIEDADE GAÚCHA

Construir um novo CPERS pela base!

        Vivemos no país e no mundo o avanço da barbárie capitalista: guerras, aumento do desemprego e da miséria, retirada de direitos em larga escala, explosão da violência urbana, falta de perspectiva no futuro, desesperança em escala industrial. A crise do capitalismo desagrega a sociedade e despedaça o futuro dos trabalhadores e seus filhos, ao mesmo tempo em que patrocina a grande mídia e alguns intelectuais do senso comum para iludir o povo de que é o único sistema possível. Atacam a luta dos trabalhadores; demonizam o socialismo! Confundem-no com os crimes daqueles que o traíram. Transferem toda a desesperança gerada pela decadência da sociedade capitalista para o socialismo.
        Ao Brasil, o “livre” mercado reserva à eterna periferia do sistema. Todas as crises do centro se refletem de forma brutal aqui. A última “marolinha” da crise econômica internacional significou o golpe do impeachment e a atual cruzada da burguesia e da sua mídia contra os direitos dos trabalhadores. Querem destruir a CLT, a Previdência, os mínimos direitos dos trabalhadores rurais. Se puderem restaurarão a exploração dos primórdios da Revolução Industrial (tal como na China atual), os velhos privilégios feudais no campo e a escravidão, revogando a Lei Áurea.
O governo Temer (PMDB e asseclas) se atola em escândalos de corrupção que traduzem a sua essência. Ele tenta, com unhas e dentes, se manter no governo para concluir o seu pacote de destruição dos serviços públicos e, assim, garantir estes recursos à dívida pública. Aqui no Estado, o governo de Sartori (PMDB e asseclas) – que como líder do governo Brito na Assembleia Legislativa foi o responsável por fazer aprovar toda a sua política privatista e selar a crise financeira do Estado, além de privatizar inúmeras empresas públicas, como a CRT – após muita manipulação das pesquisas eleitorais, se vendeu como o solucionador dos “problemas financeiros” do RS que ele mesmo ajudou a criar. Ele aplica o mesmíssimo programa de Temer. Soubemos pelas delações, que Sartori também recebeu propina da JBS para a sua campanha eleitoral através de Aécio Neves. Estamos pagando muito caro todas as demagogias do nosso corrompido sistema eleitoral. O governo Sartori e Temer selarão nosso destino de semicolônia e cimentarão a falta de esperança no futuro, que se desenha a nossa frente como um grande grilhão escravocrata preso aos nossos pés, enquanto que a sanha insaciável do grande capital ri satisfeita.
        Os ataques da grande mídia, da burguesia e do imperialismo contra o PT através da Operação Lava Jato são uma grande farsa que servem apenas para criminalizar toda a esquerda, sem distinção, enquanto livra a cara dos políticos da direita tradicional, sobretudo os do PMDB e PSDB. Visam criar um clima político de descrença geral para que o governo Temer/Sartori possa tentar “solucionar a crise” dos lucros da burguesia e nos mantenham presos ao inferno do capitalismo em decadência.
Apesar da farsa chamada “Lava Jato”, é preciso dizer que o projeto político e o sindicalismo cutista, sustentados pelo PT, faliram. Não são capazes de deter esta ofensiva brutal da burguesia contra nós. Frente aos ataques impiedosos e certeiros da direita, através dos governos Temer e Sartori, precisamos organizar os trabalhadores para resistir de uma forma séria, sem nenhum tipo de ilusão demagógica e eleitoreira. O sindicalismo cutista, amplamente hegemônico na “esquerda” brasileira e, em especial, no CPERS, não é capaz de ir além de uma “greve” geral de um dia. É preciso romper a camisa de força das burocracias sindicais e organizar os trabalhadores pela base, conscientizando-os do tamanho da nossa luta e de novos métodos para organizá-la e potencializá-la.
        As atuais chapas que se apresentam ao processo eleitoral para a direção do CPERS são variantes deste mesmo sindicalismo cutista (apesar de serem de centrais diferentes). Todos os principais nomes envolvidos nelas, de uma forma ou outra, já estiveram na direção do nosso sindicato, inclusive em chapas conjuntas. Há mais de 30 anos apenas fazem uma verdadeira “dança das cadeiras” para reeleições, visando a manutenção da influência sobre o aparato sindical. A política reformista e conciliadora, que tem medo de se enfrentar seriamente com os governos e de dizer a verdade à base de nossa categoria, por mais amarga que seja, levou o CPERS ao atual estado de descrédito e ao total afastamento do chão das escolas. A manutenção da atual chapa da CUT à frente do CPERS significa novos golpes e catástrofes na nossa luta; mas tampouco a eleição da suposta “oposição” (que já dirigiram o nosso sindicato em muitas gestões) representará uma mudança real.
        Apresentamos orgulhosamente a nossa chapa – Construção pela Base! Por um CPERS organizado pela base e de luta pelo socialismo! – para reverter este estado de coisas. Somos formados por educadores do chão de escola, sem liberação sindical ou vinculação com os partidos burgueses e reformistas. Nossa corrente sindical e os independentes continuam fiéis ao programa que defendiam há três anos atrás. Queremos um novo sindicalismo, classista de fato, organizado pela base e revolucionário. Precisamos inverter a atual estrutura do CPERS e fazer dele um instrumento de luta real, pulsante, como uma via de duas mãos entre base e direção.  Pretendemos acabar com o carreirismo, o personalismo e o burocratismo do sindicalismo reformista, para colocá-lo no caminho da luta independente, não apenas em palavras (como certamente farão inúmeras das chapas de “oposição” de ocasião), mas no campo de batalha da luta de classes.
        Chamamos a todos os professores e funcionários, ativistas e correntes classistas e independentes, para que juntos venham fortalecer este projeto. Leiam e divulguem o nosso programa. Criem um comitê de solidariedade e campanha em sua escola e região. Ajudem a divulgar os nossos materiais. Precisamos quebrar não apenas a hegemonia dos governos e da mídia dentro da nossa categoria, mas, sobretudo, a dominação da burocracia sindical, sem o qual não haverá luta independente por parte do nosso sindicato.
        O CPERS é nosso! Tenhamos ousadia e coragem de tomá-lo pela base!


Chapa 4
Construção pela Base

Por um CPERS organizado pela base e de luta pelo socialismo


Nenhum comentário:

Postar um comentário