A comissão eleitoral central é composta pelas
correntes majoritárias, sem ter passado por um processo amplo e democrático,
como uma assembleia geral, por exemplo. Muitas denúncias de campanha
antecipadas chegaram à comissão eleitoral central, que nada faz e tratou tudo
com muita naturalidade.
A
grande mídia deu amplo destaque às chapas 1 (PT, PSTU, PSOL, PSB), 2 (PT) e 3
(CS, CEDS, PSOL, PCB, Arma da Crítica, Alicerce e Resistência Popular), mesmo
antes de fechado o período de inscrição e da homologação das candidaturas.
Conforme o regimento eleitoral as inscrições iriam até o dia 05 de maio e a
homologação final das chapas até o dia 08 de maio. As 3 chapas representam a
burocracia sindical e o continuísmo, isto é, um sindicalismo de cúpula,
atrelado ao governo e as centrais governistas (CUT e CTB) e semigovernistas
(CSP-Conlutas e Intersindical). Todas elas adiantaram-se na disputa utilizando
todo o aparato dos seus partidos, de suas centrais e do CPERS Sindicato para
suas respectivas campanhas. A chapa 1, da direção do CPERS, conta com todos os
seus liberados sindicais, pagos com o dinheiro do CPERS, as verbas de
representação (100% de adicional em seus salários) e as diárias. Estão
percorrendo o interior do Estado em plena campanha eleitoral desde abril, utilizando
descaradamente a estrutura do sindicato em seu benefício. A chapa 2 conta com o
apoio financeiro e político do PT e da CUT. A chapa 3 também utiliza-se do
aparato do nosso sindicato, já que tem três liberados da direção que pertencem
a corrente CS, e também porque as suas
principais correntes já foram direção do CPERS e ainda possuem influência sobre
a máquina sindical, além do apoio de organizações políticas e outros
sindicatos.
O jornal Zero Hora, se aproveitando deste processo
atravessado, divulgou online em 28/04 e impressa em 29/04, uma matéria de
Carlos Rollsing, que afirmava existir apenas três chapas na disputa do CPERS.
Toda a matéria dava a entender que estas três chapas eram as definitivas. Até
esta data, nem sequer duas das três chapas apresentadas como oficiais pelo
jornal haviam sido efetivamente inscritas junto à comissão eleitoral central. O
título falacioso da matéria – “Com ideologias distintas, três mulheres
disputam eleição do Cpers” –
ajudava a esconder o fato de que tais “ideologias” são, na verdade, idênticas:
trata-se do mesmo sindicalismo, do mesmo programa reformista e eleitoreiro, e
de diferentes formas de ajudar os governos do PT. Tanto é assim que as três
chapas são responsáveis pelo processo de burocratização do CPERS, que se traduz
em práticas autoritárias, afastando a base do sindicato, pois não respeitam as
decisões das suas instâncias. Haja vista
que muitas propostas deliberadas em assembleias são ignoradas: abertura do debate
de desfiliação da CUT; contra o PNE de Dilma e Tarso; organização de uma
conferência Estadual para debatermos e formularmos um proposta pedagógica para
se contrapor à “Reforma” do Ensino Médio Politécnico do governo. E no fim da
matéria ZH ainda afirmava a vitória de uma “Oliveira”, em razão de mais uma
“coincidência” entre as chapas.
É muito estranha esta “pressa” da Zero Hora em
divulgar as eleições do CPERS quando ela mesma reconhece que “a inscrição de candidaturas está aberta até
5 de maio”. Porque apressar a publicação de uma reportagem com “informações
incompletas”?
Nós, da chapa 4 – CONSTRUÇÃO PELA BASE! PARA MUDAR
O CPERS DE VERDADE!- entramos em contato com o jornalista responsável, por
e-mail e telefone, porém o mesmo só nos enrolou, fez a entrevista, mas até
agora ficou na promessa. Também enviamos um artigo de protesto para a sessão
dos editoriais do jornal dentro dos critérios exigidos para a publicação (e até
o presente momento não foi publicado). Arbitrariamente a grande mídia exclui a
chapa 4 de divulgação pública em uma verdadeira censura “democrática”,
contribuindo para desinformação da população.
Nesse sentido, nós da chapa 4, chamamos todos os
educadores para que, junto conosco, sejam fiscalizadores destas eleições. Devemos
estar atentos, pois o governo Tarso e a grande mídia burguesa têm total
interesse neste processo eleitoral. A vigilância das urnas (das volantes em
particular) e da contagem de votos é fundamental, pois foi comum na eleição de
2011 urnas com mais votos do que nomes assinados nas suas respectivas listas. Os
métodos burocráticos das correntes do CPERS, somado à censura midiática feita
às pequenas forças independentes, comprometem a lisura do pleito.
1. Parece eleição de Direção de Escola! Onde se viu urna volante e voto em papelzinho! Para haver rapidez na divulgação dos resultados não seria adequado usar urnas eletrônicas, iguais as do TRE??
ResponderExcluir2. Quantos trabalhadores em educação estão aptos a votar?
3. Por qual motivo preocupar-se com o Piso? Não seria melhorar pedir isonomia salarial aos professores da rede municipal de Porto Alegre - os melhor remunerados do país -, conforme consta no Art. 3º, II do EMPE/RS (Estatuto do Magistério Público Estadual do RS). E no Art 23 da DUDH da ONU.
Atenciosamente, Archie Paulo, filiado 126418.